A «trama» que envolveu o nascimento de Moisés (Ex 2,1-15) coloca em evidência a capacidade de abrir-se para a vida. A filha do faraó, junto das demais mulheres, despertam na humanidade a possibilidade de encontrar uma saída de esperança diante do decreto do faraó de «matar todos os recém-nascidos». O pequeno Moisés foi salvo e a imagem da «cesta de junco» comprova a importância da organização para que a vida seja preservada. Onde há abertura a vida, mais vida é possível!
Corazim, Betsaida e Cafarnaum, cidades censuradas por Jesus no evangelho (Mt 11,20-24), contam ao mundo como é autodestrutivo o fechamento. Foi nelas que Jesus realizou boa parte dos seus sinais, mesmo assim, não souberam acolher a vida que era comunicada, preferindo encerrar-se em si mesmas. Negar a acolhida, a hospitalidade, é diminuir a vida, caminho da morte, mesmo destino de Sodoma e Gomorra!
Os dois quadros atravessam a nossa vida! Somos abertura e fechamento, vida e morte, tensão permanente entre a fecundidade e a esterilidade! Da escola de Jesus e da escola das mulheres do Êxodo, no entanto, aprendemos sobre ativar a sensibilidade, sobre a generosidade, sobre a compaixão com a vida, sobre a capacidade de ser humano e abrir caminhos de humanização. Precisamos tecer novas «cestas de junco» para acolher outras vidas ameaçadas. É a estrada para abrir a vida, estrada do evangelho!
Pe. Maicon A. Malacarne