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Com o «estilo» de Deus!

José do Egito foi odiado, perseguido, maltratado e vendido pelos seus irmãos. Com a reviravolta da história, tornou-se o grande administrador dos bens do faraó. Na leitura de hoje, acompanhamos sua revelação aos irmãos que tinham ido pedir alimento para matar a fome: «Eu sou José»! Os irmãos não conseguiam acreditar! Para quem esperava vingança e punição, o texto conclui com uma outra forma de agir diante do mal: «não vos aflijais, nem vos atormenteis por me terdes vendido a este país. Porque foi para a vossa salvação que Deus me mandou adiante de vós, para o Egito».

José fez uma releitura da sua vida, acolheu todo sofrimento que seus irmãos causaram e inverteu a lógica: não devolveu o mal com o mal e conseguiu perceber a ação de Deus na sua história. José não era relativista, como muitos podem argumentar! Trata-se da maturidade de olhar tudo com os olhos de Deus!

José recorda para nós que fazer o bem não é uma retribuição, fazer o bem não é entregar um troféu para os bons. A exigência de fazer o bem é fazê-lo gratuitamente, fazer por acreditar no bem! Esse discernimento é bem difícil de alcançar porque geralmente pensamos que somos juízes que, com critérios legislados pela nossa cabeça, devemos selecionar quem merece e quem não merece o bem que realizamos. Goethe, no poema Fausto, contava sobre um diálogo com o diabo: «- quem é você?» ao que o diabo respondeu: «Sou parte daquela força que quer eternamente o mal e eternamente trabalha para o bem». Tremendo: também o diabo «aparenta» trabalhar para o bem, sem nunca deixar de ser força do mal.

Jesus, no evangelho (Mt 10,7-15), não deixa de convidar os discípulos a comunicarem o evangelho com o estilo de Deus. Tudo pode ser sintetizado na grande expressão: «de graças recebestes, de graça deveis dar».

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