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A gradualidade do amor!

Jesus perguntou três vezes a Pedro: «você me ama?» É depois de Pedro ter respondido as três vezes «sim» que Jesus entregou sua missão: «cuida das minhas ovelhas!» (Jo 21,15-19). Pedro tinha negado Jesus por três vezes! Pedro era um homem fiel, mas errava, se atrapalhava, trocava os pés pelas mãos. É quando ele se permite crescer gradativamente, amadurecer, que a sua vida vai se tornando uma verdadeira continuação do projeto de Jesus!

O amor leva tempo! Jesus sabia que Pedro precisava fazer um percurso e as três perguntas, de alguma maneira, traduzem a gradualidade de toda nossa vida. Ninguém corre antes de aprender caminhar! O problema é que nessa época de tanta pressa, a vontade é de correr sempre, às vezes, sem saber caminhar. A queda é inevitável!

A educação é um bom exemplo! É verdade que existem gênios, mas, no geral, tudo exige gradualidade! Uma família se forma gradualmente, um novo trabalho começa gradualmente, uma situação nova pede gradualidade. Um passo depois do outro, com calma! Com razão o Ernest Hemingway escreveu: «é perverso querer realizar algo em menos tempo do que realmente leva». Pensemos na dor e no luto: a pressa é aquilo que faz doer ainda mais!

A fé é um percurso que exige respeitar tempos, itinerários e ritmos pessoais. Não deve ter sido fácil para Pedro ouvir a segunda e a terceira vez a mesma pergunta de Jesus. A impressão era de que Jesus, a pessoa que ele mais amava, desconfiava da sua resposta! É na tensão da repetição, na exigência de dar mais um passo, que crescemos e amadurecemos!

Jesus, nosso irmão, sabe que não somos pessoas prontas, terminadas, mas que habita em nós espaços para a evolução, para expandir nosso ser-em-Deus. Nesse caminho, a escolha melhor sempre é o amor, passo-a-passo, com disposição, constância, tempo. É como Guimarães Rosa dizia da vida: «esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta».

Pe. Maicon A. Malacarne

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