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A vida maior do Espírito!

O Tempo Pascal vai chegando ao seu ponto mais alto – o Pentecostes – a promessa do Espírito Santo, daqui duas semanas. O evangelho desse domingo (Jo 14,15-21) inicia recordando: «se me amais, guardarei os meus mandamentos». É o amor a estrada para aderir a fé em Jesus Cristo. Paulo, na carta aos romanos, sintetizou: «quem ama o outro cumpriu a Lei» (Rm 13,8). O amor é onde tudo se completa, «é mais forte do que a morte» (Ct 8,6).

O amor transforma porque impele a viver relações novas. A comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo é a perfeição do amor, que podemos tatear a partir da maneira como vivemos uns com os outros, rompendo a tentação do isolamento, do egoísmo, do exagero do «eu» e do apagamento do «nós». O amor de Deus não é solitário, é sempre vínculo!

A vinda do Espírito Santo é a expressão da partilha do amor de Deus que alcança a humanidade. De fato, Jesus disse: «não vos deixarei órfãos», porque «o Pai vos dará outro Defensor». O Espírito defende, consola, socorre e recorda que no amor «ele permanece junto de vós e estará dentro de vós». Para ampliar a vida, escreveu São Pedro na sua Primeira Carta (3,15-18), Cristo «recebeu nova vida pelo Espírito». Uma vida nova, maior, mais expansiva, porque é dom do amor do Pai. No livro do Gênesis, no relato da criação, lemos que «Deus modelou o homem com argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente» (2,6).

O Espírito Santo é a «vida nova» de Deus na nossa vida. É o sopro que transforma a condição do barro que ameaça nossos dias. É o «já», porque já nos habita interiormente, e o «ainda não», porque ao nosso lado, tensiona a romper com as mesquinharias para alargar o que somos. É bonita a imagem do Espírito Santo como fogo porque traduz a tensão entre as cinzas que reduzem e a luz que potencializa.

Preparemo-nos para a grande festa do Espírito Santo a partir do compromisso do amor! Avaliemos nossas relações, nossas atitudes de cuidado, nossos exageros, a forma como vivemos os afetos, a gentileza, a fidelidade as nossas obrigações, o respeito às pessoas e a toda a casa comum, para que o Espírito nos encontre como um ambiente para «fazer novas todas as coisas».

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