A humanidade, morada de Deus, se realiza plenamente no amor: «Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada». A Palavra, Jesus, não é um conceito, mas uma pessoa que revela integralmente o Pai.
O evangelho de hoje (Jo 14,21-26) guarda sete vezes a palavra «amor», como que um poliedro: me ama, será amado, o amarei… É a vocação de viver a gramática do amor a partir do nosso agir! Brota, então, um movimento fundamental: deixar Deus nos amar!
A tentação é achar que tudo passa pela nossa força, pelo nosso empenho e capacidade – eu devo fazer, eu preciso demonstrar – e, talvez, esse é um caminho de fechamento, de promoção de mim mesmo, de autorreferencialidade. Da escola do evangelho, aprendemos que o amor é sempre esvaziar-se, é sempre abaixar-se é sempre dom, entrega, expansão da vida. É permitir que o amor em excesso de Deus nos abrace todos os dias!
É Jesus quem diz: «nós viremos, nós faremos…» A espiritualidade cristã é cavar na dureza do nosso ego e abrir espaço para o tesouro do divino que já está em nós.
Pe. Maicon A. Malacarne