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Mãos do tamanho do amor!

«Ninguém vai arrancá-las da minha mão», disse Jesus ao ser confrontado pelos judeus, em Jerusalém, durante a festa da Dedicação do Templo (Jo 10,22-30). É que eles não conseguiam «ouvir a voz» do pastor e, por isso, não acreditavam. Tinham escolhido a distância, as outras vozes, a força contrária a Jesus. O seguimento a Jesus, não obstante o risco e as dificuldades, recebe uma promessa de futuro traduzida por Jesus como «dou-lhes a vida eterna», ou seja, é a vocação a uma vida maior, uma vida que é «mais vida», hoje, amanhã e para sempre!

As mãos do bom pastor são a nossa segurança! É como um ninho, um lugar da proteção, da consolação, do descanso. A vida espiritual é amadurecer a consciência de que tudo está nas mãos de Deus. Nosso risco é querer controlar tudo, planejar tudo, transformar tudo a partir de técnicas, de estudos e de esforços pessoais. Estar nas mãos é aprender a abandonar-se nas mãos, aprender a confiar a cada dia, a cada fracasso, a cara vitória, um pouco mais! Nesse aprendizado, também vamos nos dando conta das responsabilidades, do estilo de vida que vai sendo configurado, trabalhado, conformado pelas mãos do amor. Toda vida espiritual, todo abandono, nos molda profundamente e nos transforma em pessoas diferentes, melhores, porque compreendemos a vocação a «vida maior».

Os que estão nas mãos de Jesus não são perfeitos. O evangelho conta a história de traidores, de medrosos, de desconfiados, de quem nos momentos mais difíceis abandonou e se escondeu. Mesmo assim «ninguém vai arrancá-los». O amor sempre é insistente, não desiste, confia na fragilidade, na pequenez, naquela fresta de luz do meio da escuridão que nos habita. Jesus não busca perfeitos, sua boa notícia é para pessoas normais, comuns, para quem é capaz de ser o que é, sem disfarces de grandiosidade. O amor é capaz de transformar tudo!

Shakespeare, no segundo ato de Romeu e Julieta traduz o mapa do amor: «quanto mais te dou, mais eu tenho»! É o amor do pastor, é a promessa para quem aprender a amar!

Pe. Maicon A. Malacarne

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