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O caminho da comunhão!

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Não obrigar conhecer a minha língua, mas aprender o alfabeto do outro continua sendo um dos maiores desafios da humanidade. Trata-se de traduzir o diferente! Pensemos, por exemplo, nesse tempo de inteligência artificial, de chips e aplicativos, de dados coletados e guardados, como se pode assegurar as diferenças? Como garantir que, dentro dessa revolução, a humanidade possa ser compreendida no seu sentido mais profundo, sempre aberta ao futuro, não traduzida por decisões de uma máquina? E longe de querer condenar todas as possibilidades que a inteligência artificial carrega, mas não se pode esquecer o lugar do humano e de toda criação!

A Torre de Babel, da leitura de hoje (Gn 11,1-9) continua sendo uma grande metáfora da história humana – a humanidade que quer construir uma torre tão alta, capaz de «chegar ao céu», ou seja, ocupar o lugar de Deus e, por outro caminho, Deus que «confunde a única língua». Não se trada de um castigo, mas de uma pedagogia!

A proposta de Deus é bastante evidente: só crescemos, só evoluímos quando suprimimos a proposta colonialista de uma única língua e aprendemos sobre a pluralidade das línguas e o esforço da tradução. A comunhão nunca pode ser compreendida como a negação das diferenças. Comunhão é tomar consciência de que somos diferentes! Pela comunhão é possível acessar Deus, nunca pela «língua única». É o inverso de qualquer totalitarismo e fundamentalismo.

O milagre da comunhão se plenifica no dia de Pentecostes (At 2,1-13) que é o movimento contrário de Babel. Depois da Ressurreição de Jesus, os discípulos, com Maria, receberam o Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas, sendo que, em Jerusalém, lugar da pluralidade das línguas e das nações «cada qual os ouvia falar em seu próprio idioma». É o milagre de aprender o alfabeto do outro sem impor o meu!

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