O conflito de Jesus com os fariseus e alguns mestres da Lei, em Jerusalém, conforme o evangelho de hoje (Mc 7,1-13), centraliza a atenção na lógica do amor que é diferente da lógica das normas exteriores. Este tema era muito caro para Jesus e a grande maioria dos enfrentamentos da sua missão foram com a rigorosidade da Lei que criava mais máscaras e tornava a fé um cosmético para «usar quando preciso», do que um itinerário de liberdade e de maturidade das intenções do coração!
O esforço de seguir Jesus Cristo é o esforço de sempre retornar ao coração, onde moram as intenções de tudo: por que faço aquilo que faço? Por que escolho aquilo que escolho? Por que acredito em Deus? O coração é o motor da vida, é o motor da fé, é também o lugar onde nascem os venenos, as corrupções, as traições, as infidelidades. É nesse sentido que Jesus afirma não ser possível adorar a Deus «só com os lábios, mas com o coração longe». Tudo nasce do coração e rezar é sempre retornar ao coração para que, do coração, nossas mãos, nossos pés, nossos olhos, nossa vida esteja mais sintonizada com a vida de Jesus!
O que conta é o coração! Isso significa dizer, no fundo, que algumas pessoas que aparentemente são muito boas, podem não ser tão boas assim e, algumas pessoas que aparentemente são más, não serem tão malvadas como parece. É o farisaísmo que permanece na superfície do que «aparece», o seguimento de Jesus exige um passo a mais, um passo a mais! Não basta dizer: não matei, não roubei, não cometi grandes crimes… mas, e o coração, e as intenções, e as relações, e os gestos e as palavras do dia-a-dia?
O Senhor nos dê a graça de sempre voltar para o coração, a partir da bonita revisão diária da vida, da reorganização das prioridades, do esforço de mudar, que o Senhor também nos salve das intenções ruins, dos impulsos de morte que tornam nossos dias sempre um reflexo dos fariseus e dos mestres da Lei.