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O Advento é um despertador!

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Um dos grandes perigos do nosso tempo hiperativo é uma vida no modo automático. Repetir sem pensar! Tudo passa como um imenso turbilhão da mesma coisa e nos encontra distraídos. A mecanicidade vai alargando sujeitos insensíveis e vazios, despertos a algumas solicitações imediatas, abstratos sobre qualquer coisa: muitas manchetes e pouco conteúdo!

O tempo do Advento que começamos hoje pode ser vivido como a tomada de consciência e o convite ao discernimento: «já é hora de despertar, levantar do sono», escreveu Paulo aos Romanos. É que «a salvação está mais perto»! Também a vinda do Senhor, no Natal, pode encontrar a fé no modo automático e o risco de que esse seja só mais um Natal. Para que isso não aconteça, é fundamental o Advento, esse despertador, esse dar-se conta da vida, uma chamada de atenção para retornar ao amor!

O evangelho de Mateus anuncia a vinda futura de Jesus como juiz e Senhor do universo! Não se trata de um acontecimento romantizado e mágico, mas um tempo de crise, de discernimento para separar o joio do trigo, a mentira da verdade, o mal do bem que são tensões que estamos mergulhados. Para que isso aconteça, o Senhor não pode nos encontrar distraídos.  Como Noé, que antes do dilúvio construiu a arca, antevendo o desastre futuro, Jesus convida a essa profundidade da leitura dos sinais dos tempos: «ficai atentos», «ficai preparados».

Muito tempo antes de Jesus e Paulo, Isaías, da primeira leitura, viveu situações muito difíceis com seu povo oprimido pelas lideranças político-religiosas. No meio desse flagelo, o profeta tem uma visão do futuro em que os pobres despertam da situação de opressão e com esperança começam a lutar por dias melhores: «transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate». A terra nova depende da atitude de levantar-se das distrações e permanecer na «luz do Senhor».

Gosto muito do diálogo da raposa com o principezinho, do genial Pequeno Príncipe: «Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração…»

Esta é a hora de preparar o coração, hoje é «as três da tarde»!

Pe. Maicon A. Malacarne

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