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A catedral mais enorme é a vida!

A sempre nova tendência de mercantilizar a fé habita em nós! Os vendedores e cambistas que utilizam o Templo para negociar, conforme o evangelho de hoje (Jo 2,13-22), denunciam que há sempre o risco de estabelecer com Deus uma relação de negócios, circulada por transações e dividendos. Quando esta forma ganha espaço demais, não há espaço para a graça, para o dom, para o serviço.

É por isso que revoltado com essa tendência, Jesus «expulsou todos… espalhou as moedas e derrubou as mesas». O gesto profético de Jesus é contraponto da imagem pacificadora e reconciliadora que o evangelho transborda. É que em determinadas situações, «o sim seja sim e o não seja não». Não deve restar dúvidas, quando a relação é mais mercantil do que de amor, o único caminho é revirar. Jesus revira, revira pesado esse estilo de vida e revira pesado esse estilo de comunidade cristã!

Ao contrário, Jesus propõe o que Tonino Bello, um grande poeta italiano, chamou de «Igreja do avental», uma comunidade de amor e de serviço! O «novo» Templo anunciado e vivido por Jesus era o seu próprio corpo. Passar do templo-mercantil para o templo-corpo é integrar a vida, servir a vida, mais do que os tijolos, é contemplar a cruz, mais do que as paredes, é viver uma vida ressuscitada!

A vida é a maior de todas as catedrais, ou, como escreveu lindamente Pe. Ermes Ronchi: «se pudéssemos aprender a caminhar pela vida, nas ruas de nossas cidades, dentro de nossas casas e, gentilmente, na vida dos outros, com reverência, como se fosse a casa de Deus, tirando nossos sapatos como Moisés na sarça ardente, então perceberíamos que estamos caminhando dentro de uma enorme catedral. Que o mundo inteiro é o céu, o céu de um só Deus».

Pe. Maicon A. Malacarne

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