Na escola do cobrador de impostos, comparado por Jesus ao fariseu no evangelho deste domingo (Lc 18,9-14), aprendemos que a oração é mais abrir espaço para Deus do que encher-se de si mesmo com palavras e palavras. Não obstante os pecados que atravessam nossa humanidade, o convite é alcançar o que Paulo partilhou na segunda leitura, no meio dos sofrimentos da prisão: «o Senhor esteve ao meu lado e me deu forças».
De fato, rezar é deixar Deus agir mais em nós, expandir a vida, alargar o olhar, do que termos a presunção de sermos os melhores porque fazemos uma ou outra coisa. Partilho essa oração que não sei exatamente o autor, mas que ajuda a mergulhar na proposta do evangelho:
Minha casa está toda de cabeça para baixo.
Não está pronta para receber hóspedes.
Também não está pronto para mim.
Senhor Jesus, por que o Senhor quer entrar?
O que você acha que vai encontrar lá?
Eu não tenho nada de bom para lhe oferecer:
a despensa está vazia,
as camas precisam ser feitas,
o pó está em toda parte,
a louça ainda precisa ser lavada.
E eu não sou melhor.
Por que você quer vir à minha casa?
Você sabe que eu não sou uma boa pessoa.
Você sabe que eu não sou tão honesto.
Entretanto, se você realmente insiste
e se você não tiver medo de tropeçar
em meus pecados espalhados no chão,
saiba que você é bem-vindo.
Hoje será um novo dia para mim.
Hoje eu não terei medo de começar
a grande limpeza.
Hoje eu não terei vergonha das pessoas.
Se você realmente quiser,
entrar na minha vida
e fazer algo melhor a partir dele.
Sente-se à minha mesa.
Vou colocar os copos,
você irá preenchê-los
com o bom vinho da salvação…
Pe. Maicon A. Malacarne